Este artigo se baseia no vídeo apresentado acima para explicar, de forma clara e simples, o que é um BESS, como funciona na prática um sistema de armazenamento de energia desse tipo e por que ele está mudando a relação das empresas e usuários com a energia solar no Brasil. O Centro Brasileiro de Energia Solar acompanha e compartilha essa evolução tecnológica, mas também busca desmistificar como aplicar BESS no dia a dia e mostrar que não se trata de algo distante, exclusivo de grandes empreendimentos internacionais.
O que é BESS, afinal?
O termo BESS vem do inglês Battery Energy Storage System – ou sistema de armazenamento de energia em baterias. Na prática, BESS é como um grande “banco de energia”, projetado para armazenar eletricidade de fontes renováveis, como energia solar, e entregar essa energia quando for mais útil ou mais barata para o consumidor.
BESS é energia guardada para o momento certo.
Pode parecer futurista, mas a verdade é que a aplicação está cada vez mais presente em empresas, condomínios, projetos públicos e até áreas residenciais com perfil de alto consumo. Dados recentes mostram que, só na Alemanha, o uso de sistemas de armazenamento doméstico cresceu 52% em 2022, e o de larga escala foi ainda maior, subindo 910% em relação a 2021 segundo estudo de 2022. É uma tendência com velocidade.
Como um sistema BESS é formado?
Quando abrimos um equipamento BESS, enxergamos “módulos”, parecidos com grandes caixas, interligadas dentro de racks. Segundo a Iberdrola, eles são integrados em containers e ajudam a organizar a arquitetura do projeto. No caso examinado aqui, a configuração apresenta 40 módulos, cada um com 53 kWh de capacidade. Multiplicando, chegamos a 2.115 kWh de energia disponível para ser usada no horário de maior necessidade.
- Cada módulo: 53 kWh
- Total do sistema apresentado: 2.115 kWh
- Conexão: Todos os módulos ligados, em série ou paralelo, conforme demanda e projeto.
Principais componentes de um BESS
Para funcionar bem, um sistema BESS moderno exige integração precisa dos seguintes elementos:
- Baterias: São a base do sistema. No caso apresentado, utilizam tecnologia lítio ferro fosfato, conhecida pelo alto nível de segurança e durabilidade. Essas baterias têm múltiplos mecanismos que evitam superaquecimento, curtos e até oferecem sistemas de supressão contra incêndios.
- Inversor: Responsável por transformar a energia armazenada nas baterias – que está em corrente contínua (CC) – em corrente alternada (CA), que é a forma de energia consumida pela maioria dos equipamentos da empresa, residência ou indústria. Um bom inversor também pode filtrar a energia, melhorando sua qualidade e reduzindo riscos a equipamentos sensíveis.
- Sistema de refrigeração: Chamado de “cooling”, geralmente utiliza líquidos especiais que circulam entre os módulos, deixando a temperatura mais controlada. Isso permite usar uma maior densidade de energia e extrair mais performance do sistema sem comprometer a vida útil das baterias.
- Sensoramento inteligente: São sensores instalados em cada unidade de bateria, monitorando vínculos entre temperatura, umidade, tensão e estado de carga. Se algo sair do parâmetro, o próprio BESS aciona mecanismos de proteção automática para resguardar todo o equipamento.
Energia bem guardada. Segurança sempre em primeiro lugar.
Como a energia é gerenciada e distribuída
Pode parecer simples, mas garantir que a energia seja aplicada no momento certo exige inteligência. O chamado EMS (Energy Management System) é o cérebro eletrônico do BESS. Ele monitora toda entrada e saída de carga, analisa o perfil de consumo da empresa ou residência, permite comandos automáticos e pode se conectar à internet para diagnósticos remotos.
Na prática, você pode programar pelo software do equipamento diferentes estratégias para consumir energia. Dois dos principais modos são:
- “Peak shaving”: O sistema entra em ação nos horários de pico (quando a energia da rede é mais cara), entregando energia armazenada e “aliviando” a demanda contratada com a concessionária.
- “Load shifting”: Aqui, o BESS armazena energia quando ela está barata ou durante momentos de máxima geração solar, liberando-a no horário de maior consumo – isso pode ser num final de tarde, em uma demanda especial de fabricação ou até durante um evento com público elevado.
Consuma sua energia quando ela vale mais a pena.
No software do BESS, como mostrado no vídeo, é possível ajustar perfis, criar limites de carga e descarga, definir prioridades entre módulos e monitorar consumo em tempo real. Usuários podem, por exemplo, priorizar que parte do sistema sempre fique reservada para emergências, ou garantir que a bateria esteja cheia em determinado horário do dia.
Esse gerenciamento avançado permite ajustes finos, tornando o sistema tão adaptável para empresas de grande porte como para aplicações residenciais diferenciadas. Estudos recentes indicam que o mercado global de BESS deve crescer mais de 16% ao ano até 2029, mostrando que cada vez mais consumidores enxergam valor nessa flexibilidade.
Casos práticos e configurações na rotina
Suponha que, em um galpão ou pavilhão industrial, a conta de luz tenha uma demanda muito alta entre 17h e 20h. O gestor pode programar o BESS para entrar em funcionamento total exatamente nesse intervalo. O restante da energia será poupado e acionado apenas em situações de blackout. Ou pense em casas isoladas, ou off-grid, onde a função backup é essencial diante de interrupções na rede – tema tratado em nossa análise sobre energia solar off-grid e on-grid.
Falando em aplicações, vale destacar outro avanço: instalar BESS em data centers permite modularidade, escalabilidade e mais autonomia, reduzindo totalmente a dependência de geradores a diesel e colaborando ativamente para a redução do CO₂ e descarbonização de grandes instalações como afirmam especialistas. A expectativa é que, até 2030, instalações residenciais atinjam 20 GWh de capacidade instalada, ajudando inclusive em comunidades remotas segundo a McKinsey.
O Centro Brasileiro de Energia Solar atua para que essas aplicações sejam realidade acessível a todas as empresas e investidores. Uma amostra disso é nosso conteúdo sobre energia solar fotovoltaica para empresas e alternativas de redução de custos para grandes usinas neste guia exclusivo.
Mais sobre a segurança e a tecnologia das baterias
Um tema inevitável ao falar de baterias é a segurança. O modelo analisado aposta em lítio ferro fosfato, pois não apenas entrega alta densidade energética, mas tem mecanismos internos e externos para evitar incêndios, sobrecargas e mau funcionamento. Entre as barreiras, sensores detectam elevação de temperatura ou umidade, disparando alarmes ou até realizando desconexão automática do módulo comprometido. Isso protege inclusive contra riscos pouco visíveis para quem não é técnico.
O uso dessas baterias também é tema recorrente nas discussões sobre veículos elétricos, outro conteúdo relevante explorado em nosso artigo sobre tipos e funcionamento dos veículos elétricos.
Por que BESS está mudando o cenário?
A popularização dos sistemas BESS está diretamente ligada à ambição de democratizar a energia solar e buscar mais independência energética, seja na indústria, em cidades, comércios grandes ou pequenos negócios no interior do Brasil. O Centro Brasileiro de Energia Solar se propõe a acelerar essa transição, impulsionando alternativas e informação para empresários, investidores e profissionais do setor.
Se você se interessa por outras formas de energia limpa no país, nosso guia completo sobre energia renovável mostra tendências e aplicações práticas já consolidadas.
De onde vem o nome BESS?
Talvez tenha passado rápido, mas agora tudo faz mais sentido: BESS significa Battery Energy Storage System. O segredo do nome está na simplicidade da proposta – guardar, gerenciar e liberar energia no tempo certo, da maneira mais dedicada ao perfil do usuário. Só que, como diz o vídeo, esse BESS apresentado já incorpora uma ideia extra: ser ainda melhor, a cada atualização.
Energia que se adapta. Tecnologia que evolui. Simples assim.
Conclusão: energia de verdade, aplicação real
No fundo, BESS não é só um conceito bonito para relatórios. É um equipamento que já tem aplicação real, capaz de transformar a rentabilidade e estabilidade energética de empresas de todos os portes. Com módulos de alta densidade, inversores modernos, inteligência via EMS, sensores de proteção e software fácil de programar, traz novas possibilidades para energia limpa e para o setor solar brasileiro.
O Centro Brasileiro de Energia Solar trabalha todos os dias para aproximar novas soluções como BESS do dia a dia de empresas e investidores. Se você quer entender, implementar ou repensar a energia da sua empresa, não espere: prepare-se para um novo patamar de independência e controle energético. Conheça nossos serviços, consulte nossa equipe e leve sua operação para frente nesta nova era de armazenamento inteligente.
Perguntas frequentes sobre BESS
O que é um sistema BESS?
BESS é a sigla para Battery Energy Storage System, ou sistema de armazenamento de energia em baterias. Ele serve para guardar energia produzida, normalmente por fontes renováveis como solar, e liberá-la nos momentos de maior custo ou necessidade de consumo. Os sistemas são compostos por módulos de baterias, inversores, sistemas de resfriamento e uma gestão inteligente que controla quando e como usar a energia acumulada.
Como funciona o armazenamento de energia BESS?
Um sistema BESS armazena a energia produzida, geralmente em horários de sol intenso, e a mantém disponível para o usuário por meio de baterias de alta capacidade. Quando programado, libera essa energia de acordo com critérios definidos pelo consumidor, como horário de maior preço da rede (“peak shaving”), ou para garantir autonomia durante eventuais quedas de energia. Todo o controle é feito por um sistema de gerenciamento que automatiza a operação e monitora condições de segurança.
Quais as vantagens do BESS?
Entre as principais vantagens estão: redução dos custos com energia nos horários de ponta, aumento da autonomia em empresas e residências, backup em caso de falha na rede, melhoria na qualidade da energia entregue e possibilidade de customização das rotinas de consumo. Sistemas BESS ainda colaboram para a transição energética e redução das emissões de carbono.
Quanto custa um sistema BESS?
O valor pode variar bastante, conforme a capacidade de armazenamento, necessidade de redundância e escala do projeto. Para modelos residenciais ou pequenos comerciais, o custo normalmente já se mostra competitivo diante do retorno em economia de conta de luz e maior estabilidade energética. É recomendável um estudo técnico para dimensionar o investimento conforme a demanda do negócio ou residência.
Vale a pena investir em BESS?
Na maior parte dos casos, sim. Especialmente para empresas, indústrias e negócios que possuem consumo relevante nos horários em que a energia da concessionária é mais cara ou que exigem backup confiável. Também agrega para quem busca independência energética ou deseja se proteger contra variações e quedas no fornecimento da rede. A tendência é que os custos caiam ainda mais à medida que a tecnologia avance e se popularize.